quinta-feira, outubro 27, 2011

Atenção: não façam isso em casa.


Não sou a pessoa ideal para aconselhar sobre relacionamentos, trabalho, muito menos maternidade. Vide posts anteriores com todos os desastres que já provoquei. Mas dessa vez, em face da experiência traumática que vivi ontem à noite,  tenho o dever de prevenir a humanidade sobre essa tragédia.


Se vocês são responsáveis por criaturinhas geniosas como o pequeno TAZ, evite brincadeiras perigosas, não corram riscos inúteis. Filhos pequenos são imprevisíveis. Assim, caro leitor cuidadoso, nunca, jamais, em hipótese alguma, repita o meu terrível erro e brinque de acampar montando barraquinha infantil em cima da CAMA.


Um pé-de-moleque para quem adivinhar o que aconteceu. Dica: imagine metade de dois corpos adultos saindo de uma tendinha de lona.


Os vizinhos que foram acordados com o calundu horroroso devem ter pensando de tudo inclusive  em  chamar o Conselho Tutelar e nos denunciar por maus tratos a crianças. Mas duvido que naquele momento passou pelas suas mentes o motivo real dos gritos histéricos do Taz.


Convencer seus pais a dormir com ele na sua claustrofóbica barraca de um metro quadrado. E conseguiu.

terça-feira, outubro 25, 2011

Para ser breve...


Marido e mulher precisam dialogar mais. Ok, então vamos lá.

Ela - Precisamos conversar.
Ele - Sobre o quê?
Ela - Eu não tou bem.
Ele - E eu tou pior ainda.
Ela - Se é assim, vamos pular do viaduto.
Ele - Prefiro aquele que inauguraram a semana passada.


Exagerei? Vamos tentar de novo.
Ela - Você não percebeu nada?
Ele - Não. O que é?
Ela - Eu não tou legal.
Ele - Quer que eu vá na farmácia?
Ela - Sim, compra 250 mg de sensibilidade pra você.


Um outra vez.
Ela - Não sei o que á acontecendo comigo.
Ele - Por que?
Ele. Sinto que estou deixando de fazer coisas importantes.
Ele - É verdade.
Ela - Tá concordando comigo?
Ele - Claro, o colarinho da minha camisa azul ficou sem passar.

sexta-feira, outubro 21, 2011

Stand-by



Não é que fui internanda de urgência no hospital psiquiátrico mais maluco da cidade em consequencia de um surto pela proximidade do aniversário do Taz. O motivo é menos banal. Tou com visitas. Então, resistam que volto logo.

terça-feira, outubro 18, 2011

Anamnese * de uma mãe


- Olá! Quem é esse menininho?
- Taz para os íntimos.
- Que fofura!
- Fofo não é uma palavra que dura muito na sua presença.
- É tão enérgico assim?
- Depende do seu acesso. Há uma conexão wireless por aqui?
- Sim, mas não vai causar dano a ele.
- Meu medo é que ELE cause dano.
- Para segurar essa disposição tem alguém que te ajuda?
- A TV LCD de 32 polegadas.
- E as avós?
- Uma bem que gostaria mas perdeu a noção do perigo por causa da senilidade. Tem 80 anos.
- Que pena!
- E a outra mantém uma distância de segurança de 10.000 quilômetros.
- Por que você não coloca na escolinha?
- Ainda é o meu grande sonho de infância.
- Quantos anos ele tem?
- Dois o próximo mês.
- Vai fazer uma festinha?
- Uma coisinha simples.
- Qual é o Buffet?
- Não sei se você conhece, chama “Euzinha da Silva”.
- Hum... entendi qual é o seu problema.
- Já??
- Vou te receitar um lexotan para a noite e dois ansiolíticos para o dia.
- Obrigada doutora.




*Anamnese: entrevista realizada pelo profissional de saúde ao seu paciente como ponto de partida de um diagnóstico.

quarta-feira, outubro 12, 2011

Quando a desgraça não é pouca bosta, mas penico cheio.


Um dia na fase do desfraldamento, o seu filho vai sair, não necessariamente nessa ordem, cagando e caminhando por todos os cômodos da casa. A merda ficará espalhada no chão, no tapete, na cortina, no edredom  – Não, por favor, diga que no edredom não, NÃOOOO.
 Você vai cair num pranto de autocomiseração e enxugar as lágrimas no paninho de limpar os móveis antes de  ligar pra sua mãe e ouvir a ela dizer.
- Ai filha ainda bem que você ligou.
- Que foi mãe?
- O seu avô não toma banho há quatro dias.

terça-feira, outubro 11, 2011

Decifra-me ou devoro-te


Tempos atrás uma mocinha (que já não é tão inha assim) me escreveu dizendo que não iria me seguir porque era hiperfeliz no casamento, tinha empregada, carro 0, casa quitada, 2 cachorros com pedigree  e um estoque de prozac  - esse último item é por conta dos meus dotes adivinhatórios. Sem mágoas  Fofa, mas que fique claro: tem coisas que o cérebro não compreende, pra todas as outras existe mastercad.

Pra provar que sou uma pessoa generosa, vou te dar outros motivos para não gostar de mim.

Não sei passar corretivo nem fazer smoke eyes.
Não sei  combinar brincos com bolsa nem cinto com colar.
Não sei caminhar com salto acima de 2 centímetros.
Não sei  cantar, nem dançar muito menos nadar.  
As minhas coxas são feitas de gelatina sem sabor.
O meu cabelo assumiu um aspecto se  soltar eu mordo.
Os meus tetês depois da gravidez viraram dois ovos estrelados.
E minha ironia só tende a piorar com o tempo.

quinta-feira, outubro 06, 2011

Os fins justificam os meios?


Dificilmente Maquiavel pensaria que sua frase seria empregada na relação mãe e filho. Mas em termos de ética e moral, o universo materno não deixa nada a dever ao mundo político. Há um conjunto de regras e princípios rígidos para ser uma mamãe-mais-que-perfeita - Deus que me defenda! Confesso, sou imoral, ilegal e contra-indicada por pediatra, psicopedagogos e avós. Será por conta das minhas táticas de guerra?

Propósito: Conseguir adormecer o Taz antes das 23:00hs.
Recurso: Usar de ameaça terrorista do tipo “se não fechar esses olhinhos agora te coloco no berço sem a girafinha”.

Propósito: Comer toda a papinha de verdura e frango.
Recurso: Suborná-lo com promessas de alguma vantagem imediata como levar ao parquinho se esvaziar o prato.

Propósito: Fazer a caca no vasinho pela manhã.
Recurso: Abduzir sua mente e dominar suas mãos com o novo celular do papai para mantê-lo sentado.

Propósito: Trocar de roupa sem choro nem lágrimas.
Recurso: Apelar para a terapia de regressão em que se hipnotiza a criança com perguntas sobre seu passado: onde você foi , com quem esteve, o que você comeu.  

Propósito: Liberar a mamãe dez minutos para lavar seu cabelo seboso.
Recurso: Induzir a um entorpecimento corporal por meio de uma mamadeira tamanho GG de leite e chocolate e um DVD do Patati Patatá.

terça-feira, outubro 04, 2011

Corra Bobry, corra


Quando leio a crônica semanal do meu escritor favorito, ele sempre diz de onde me escreve (não faz mal a ninguém pensar que sou a primeira destinatária de suas palavras). E é sempre de uma cidade encantadora, em um quarto de hotel aconchegante, numa manhã deliciosa. Para encher de graça o mais prosaico dos assuntos, tenho a impressão que ele labuta lentamente o texto e desfruta toda sua reserva de horas sem nenhum remorso.
 Enquanto isso, eu suo duas camisas para cavar uma horinha só pra mim. Mas por mais que corra Bobry, corra, não ganho o tempo suficiente para dedicar o prêmio ao prazer de escrever. Então a limpeza do banheiro é negligenciada, o almoço é o resto do jantar requentado e se o Taz ameaça de acordar, sapeco outro voto à santa padroeira das mamães blogueiras para que me ajude.  
No meio desse alvoroço, a inspiração que não é nem um pouco pudica vai pra casa da puta que pariu e não volta mais. Quem aparece é a tela de descanso do computador. Um fundo azul com uma frase entrando pelo canto direito. “Se você está me vendo é porque não sabe o que fazer”. Penso, logo concluo como sou invejosa do meu cronista favorito. Do seu talento e do seu tempo.  
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