quarta-feira, setembro 07, 2011

Parece piada...



O Taz está dando os números. No bom sentido, mesmo que a expressão dare i numeri  em italiano queira dizer pirar, enlouquecer, ainda não é o caso. Ele só está falando 1, 2, 3, 4... e vai até dez. Aprendeu com a escada daqui de casa. Cada vez que subíamos ou descíamos contávamos os degraus. São 20, mas é a primeira metade que lhe interessa, o resto não conta. Depois passou para o teclado do iphone e graças a uma aplicação já sabe associar o som ao seu respectivo algarismo.
E daí?
Daí que toda mãe é igual quando o assunto é puxar conversa “Você não sabe o que esse menino fez hoje.”, “Isso não é nada, comparado ao que  meu filho faz todo dia”. É um saco sem fundo a bolsa com histórias da série Criança Tem Cada Uma. Pois bem, a minha é relacionada com a novíssima habilidade matemática do Taz. Sendo um ser humano pouco modesto (lembram do papai, papai, filma, filma?) , ele quase não gosta de se aparecer. Assim quando saímos de carro, repete todos os primeiros números das plascas de limite de velocidade.
- Três, três.
- É, três de trinta quilômetros por hora.
- Cinco, cinco.
- É, cinco de cinquenta quilômetros por hora.
E por aí vai, avisando quanto o carro deve correr. Na última viagem que fizemos não foi diferente. O percurso deveria durar umas duas horas debaixo de um sol implacável e um ar condicionado bem ordinário. Já dirigíamos há mais de 30 minutos, quando o número 7 engasgou na goela do Taz como um risco num disco de vinil.
- Sete, sete.
- É, sete de setenta quilômetros por hora.
- Mamãe, mamãe. Sete, sete.
- Mamãe já ouviu.
- Sete, sete, sete, sete.
O loop numérico não parava. Sete, sete, sete. A família começou a se inquietar. Estaria surtando de vez? Não, ele queria só uma coisa: água.
- Sede, sede, sede.

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