quinta-feira, agosto 18, 2011

Não foi nada engraçado



São momentos assim que você pensa nas formas mais bárbaras de vingança e o pior do seu caráter vem à tona, aquilo do qual você não se orgulha, mas sabe que existe. São momentos assim que você se sente menos cristiana, à favas com vão se os anéis e ficam-se os dedos, eu quero os meus pertences que comprei com suadas prestações a perder de vista. São momentos assim que você sente a insegurança bater na sua porta não para uma visitinha rápida, mas para uma hospedagem permanente.

É amigos, fomos roubados. Não foi a primeira vez, e talvez não seja a última, mas o espanto e a raiva não se desgastam com a frequência. Quando te subtraem uma coisa que conseguiu ter com o esforço e o sacríficio de tempos, levam embora também uma parte da sua inocência e te deixam com um gosto de "como fui idiota em não fechar aquela janela com concreto armado".Você se nega a crer na miserabilidade de quem praticou o ato, não são desgraçados. São só canalhas.

E depois vendem um portátil a 100 real com dentro bens de valores inestimáveis: as fotos com as recordações mais felizes da sua vida, uma dissertação de mestrado que consumiu quase toda a sua existência para ser escrita e todo o histórico contábil de uma empresa.

Não foi azar, porque ninguém aposta em ganhar ou perder a sua tranquilidade. Essa de querer se responsabilizar pelo ocorrido é um processo de culpabilização muito mal-disfarçado, a ação não começou em você, mas partiu do outro. Foi vil, covarde e muito, muito sem graça.

5 comentários:

  1. Poxa Bobry, que tristeza.
    Concordo contigo, levam mais que os bens materiais, por que esses poderão ser substituídos, mas levam nossa energia e sentimentos, esses irrecuperáveis.
    Força e coragem pra continuar... sempre!
    Um abraço bem forte!

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  2. que chato, Bobry....!!!
    E ainda se nossos sentimentos fossem restituídos e nem assim...

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  3. Obrigado pelo carinho! Superaremos isso também.

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  4. Sinto tanto por vocês!

    Hj eu senti uma fração disso, levaram uma bolsinha com meu celular, carteirinha da faculdade e cartão do banco. O que mais incomoda é terem levado o celular, não pelo valor monetário dele, mas pq foi presente de dia dos namorados do ano passado e pq nele estavam tantas mensagens de amigos, família e do namorado.
    O que me consola, o pensamento em que me prendo nesse momento, é que eu sempre vou poder construir novas lembranças, mas é duro passar por isso, a sensação de raiva e impotência nessas horas é esmagadora. A vontade é de comprar uma arma e sair fazendo justiça com as próprias mãos.

    Melhoras!
    Beijos,
    Tamires.

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