sexta-feira, março 25, 2011

Quanto pra frente você é?

Ok, depois de ler muito sobre o assunto e ouvir a opinião das minhas mais chegadas, vou contar para vocês a minha experiência. Mas antes uma observação que talvez justifique a minha posição. Eu disse talvez, nada impede que eu supere as teorias-avós que bebi toda a minha infância e mude meus conceitos. Sou uma menina do interior (e ainda me considero nessa condição juvenil apesar dos fios prateados que brotam como chuchu na cerca), e fui criada à moda antiga com os papéis masculinos e femininos bem definidos.

- Filha, fecha as pernas.
- Ah mãe...
-Moça não senta dessa maneira escanchelada.
- Mas eu sou tenho 10 anos.

Não importa. Homem é homem, mulher é mulher, e cachorro é cachorro. Não que aos meninos da minha família fosse dada toda a liberdade do mundo. A meus irmãos nunca foi permitido deixar os cabelos crescerem ou usar brincos na orelha, que dirá fazer a sobrancelha. Tenho a mente aberta mas a primeira vez que me vi em uma situação desse tipo confesso que senti uma certa confusão.

- Cruz credo!! O que é isso?
- Isso o quê?
- Isso aí no seu peito?
- Não tem nada aqui.
- É esse o problema. Não tem nada. Tá lisinho como bunda de bebê. Cadê os pelos?
- Eu tirei.
- Como assim?
- Ontem na esteticista. Ela usou uma cera de mel de abelhas da Califórnia que hidrata e cicatriza a ...
- Pera aí. Tu é gay é?
- Ô ignorância! E eu que pensei que você fosse uma mulher moderna, pra frente.

E sou mesmo. Mas a ausência daqueles tufos em que minha mão se enroscava traçando anéis negros nos dedos me chocou. Mil questões passava pela minha cabeça.  Por que alguém que estava longe de ter o peitoral de Malvino Salvador vai querer se depilar? Só porque é mais higiênico e confortável. Sei... vou fingir que acredito. E a chatice de esperar os pelos crescerem combina com a personalidade testosterônica? Assim que os pontinhos pretos começarem a encravar e a coçar ele vai resistir a tentação de passar a gilette?

Vai ver que sou uma antiquada mesmo. E pra não dizer que tava de má vontade com essa tendência, tentei me acostumar a mais uma estranheza do mundo. Passado o susto, a sensação do toque era agradável. Só não esperava o que viria a seguir:

- Ave Maria!! Aqui embaixo também.
- Gostou? Eu fiz pensando na sua comodidade.

2 comentários:

  1. hahahhahahahah
    eu não sou moderna não, fui criada como você e espero que por aqui passem longe dessa mania-moda californiana.... :S
    hahahhaha mas não consigo parar de rir e imaginar
    hahhahah
    Bjs Bjs

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  2. Acho que o antimodernismo (?) aí tem origem no não saber, não ter sido consultada pois,pelo que entendi, ele n te perguntou antes de fazer, correto? Outro dia uma amiga disse que achou muito estranho e rid´´iculo o novo corte de cabelo do marido mas concluímos após 1h de conversa que o incômodo era não ter estado presente no ato... quer dizer, um certo ciúmes... rs...

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