quinta-feira, março 10, 2011

Se são rosas...

Gesto impensado, reação inesperada. Um tema que recorda sempre uma passagem da nossa vida. Às vezes de final feliz, outras nem tanto. São atitudes que têm fome de se manifestar e não esperam o crivo do nosso autocontrole . Furam a fila e agem de maneira espontânea. Alguns dirão que lá dentro, escondido debaixo de camadas de repressão, um desejo do nosso inconsciente deu um empurrãozinho pra este tipo de comportamento.  Os mais místicos endossarão a tese de que o universo conjurou pra que isso acontecesse e ser nenhum poderia impedir esse fato.

Já se passarão anos desde que uma conhecida minha teve uma dessas reações. Tinha um relacionamento que caminhava para a estabilidade. Se tivesse de usar uma metáfora bíblica para descrever a ligação entre os dois diria que ela era o cordeirinho e ele o pastor que conduzia a relação em todas as ocasiões: da hora ir para a cama até quem poderiam frequentar. Ela não se lamentava, era abnegada demais para esboçar qualquer contrariedade. Por isso o seu próprio espanto com o que fez.

Numa noite em que tudo odorava de normalidade, do jantar com lasanha semi-pronta ao filme no vídeo-cassete (lembram dele?), o casal foi se deitar sem fazer amor. Lá pelas tantas, sem conseguir dormir a moça se levantou e saiu. Já estava esperando o elevador quando o rapaz abriu a porta do apartamento e perguntou o que ela estava fazendo. Estou indo embora. Por um instante, pensou que ele iria dizer pra não ser boba e entrar, mas tudo o que fez foi voltar pra cama enquanto ouvia-se o sinal do elevador parando no seu andar.

A roda do destino girou em outra direção naquele momento.

Refleti muito antes de contar essa história e não escreverei nenhuma linha sobre o que aconteceu em seguida. Sem insinuar um pretensioso mistério, acredito que as palavras germinam na alma dos leitores, e assim me limito a dizer que se são rosas, florescerão.

4 comentários:

  1. Bobry, Vc foi muito complexa ou eu estou bastante cansada, não sei.

    Mas no meu íntimo (e atual modo de viver) se fosse ela continuaria para o destino escolhido ao por os pés de fora da cama, afinal tamanha coragem não pode ser desperdiçada...

    Bjs procê e pro seu Taz (ele te deixa dormir ou fazer uma coisa de cada vez?? O meu veio com o botão on emperrado e tá difícil "consertar")...

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  2. Ah esqueci de complementar: ... não pode ser desperdiçada também a oportunidade de florescer em jardim que melhor a acolha. O mundo é redondo e cheio de possibilidades!

    Bjs Bjs

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  3. Oi Cris, obrigada por sempre participar do blog. Realmente, o post não é fácil, por isso relutei em publicá-lo. Gostaria de saber a opinião de outras leitoras sobre a atitude da moça e o que poderia ter acontecido em seguida.

    Em breve, novas aventuras do Taz.

    Bjs.

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  4. sabe Bobry, lá no meu cantinho escrevi sobre o dia 8 de março questionando o que realmente as mulheres devem comemorar ou se há muito ainda a conquistar, como por exemplo, o direito de se expor na intimidade e fora dela, sem reprimendas... lendo sua resposta (que adorei, obrigada pela consideração e atenção) a atitude da moça não foi de fuga, para mim, foi de libertação. E se ele voltou para a cama ou também não estava satisfeito com o relacionamento, ou possui egocentrismo em grau máximo... sei não... conta depois o desfecho? Daí que fiquei curiosa. hehhehe

    Bjs pra você e pro seu Taz.

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