terça-feira, junho 14, 2011

Quem nunca pecou, que atire a primeira chupeta



- Perdoe-me padre, pois eu pequei.
- Calma, minha filha. Não é a mim que deve pedir perdão.
- Ah, não?
- Não, primeiro você deve se confessar e pedir perdão a Deus.
- Pois bem, padre. Eu preciso me confessar.
- Agora?
- Sim.
- Aqui?
- Sim.
- Mas nós estamos no supermercado, minha filha.
- Mas não tem ninguém aqui. Tá todo mundo lá na promoção do Yogurt.
- Não pode esperar?
- Eu fiz uma coisa horrorosa.
- Não chore, minha filha.
- Não tenho mais paz. O Senhor tem que me perdorar.
- Eu já disse que é Deus quem perdôa, não eu.
- Mas é dele que estou falando. O Senhor, com S maiúsculo. O senhor, com s minúsculo, precisa mandar um recado pra Ele.
- Me respeite, não sou menino de recado.
- Perdôe-me, padre. Esse perdão o senhor aceita né?
- Tá bom.Pode ir adiantando um pouquinho o assunto, enquanto escolho os tomates.
- Tenho vergonha, padre. Não tenho coragem de falar pra ninguém o que eu fiz.
- Hummm... um pecado obsceno?
- Que isso, padre? Agora é o senhor que tem de me respeitar.
- Mas, o que é de tão grave assim?
- Acho que vou arder nas chamas do inferno.
- Você é uma boa filha?
- Sim.
- É uma boa amiga?
- Sim.
- É uma boa esposa?
- Mais ou menos.
- Isso não é uma resposta pra Deus.
- Padre, vamos pular essa pergunta.
- Ih, minha paciência tá se esgotando. Ou me diz o que é,ou vai se confessar em outra freguesia.
- Vamos fazer o seguinte padre: se, por acaso, o senhor tivesse filhos...

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