sábado, dezembro 11, 2010

O mundo é dos que se calam


Essa eu preciso compartilhar com alguém. Antes, um prelúdio. Existem certas perguntas que não querem  calar, mas deveríamos cerrar os dentes para não deixar a assanhada escapar. Minha amiga L. caiu na besteira de abir a boca e soltar a indagação. Depois de fazer amor com seu love num motel caríssimo, estava se sentindo a própria deusa da beleza. Pôs-se no seu melhor ângulo, exibiu as curvas do corpinho que a natureza lhe presentou  e com a voz sensual interrompeu o sono do bofe. "E aí, o que a sua ex tem que eu não tenho? " Oh, oh!!! Meninas, acreditem ou não, ela perguntou. Ele não se deu ao trabalho nem de abrir os olhos. De lá das profundezas da sua preguiça,  respondeu que ela tinha os seios maiores, a pele mais bronzeada e nenhuma estria. Acabou com a pobrezinha da L.

Bem, isso pra dizer que eu entendo a imensa vontadade que temos de conversar, de ouvir uma palavra de apoio, de dividir com alguém nossas incertas. Então, faça isso com sua melhor amiga. Não com seu marido. Não se comporte como a tonta que vos escreve. Por que eu abordei esse tema?  Há dias na vida (às vezes semanas) que acontece  tudo errado.  E um pensamento te persegue: Eu sou um desastre ambulante.  Nem um livro de auto-ajuda serve e nem  mesmo uma olhadinha nas desgraças cotidianas dos telejornais nos lembra de gente em situações piores. É tanta bola na trave que o nível de insegurança atinge valores insuportáveis. É preciso com urgência de uma pessoa para desconstruir essa imagem. E quem seria? Em alguns momentos, ocorre de ser a que estiver mais perto. No caso em questão, o pai do meu  filho. Sentindo o arrependimento pontar lá na esquina da rua eu perguntei:

-  Você acha que eu sou uma boa mãe?
-  Vamos ver.
- Como vamos ver?
- Ainda é cedo pra falar. 

Fiquei muda. Então, vamos esperar vinte anos. Se nesse tempo, ele não quebrar o braço, for o melhor aluno da classe, permanecer longe das más companhias e namorar uma menina legal poderemos dizer que fui uma boa mãe? A indignação tomou o espaço da insegurança. No raciocínio deste indivíduo,  como passo mais tempo com nosso bebê sou a responsável pelo que vai mal. Mas se nosso pequeno Taz começa a caminhar com nove meses e aprende a falar com dez. "Foi o papai que ensinou!"

 Donde se conclui: o mundo é dos que se calam.

2 comentários:

  1. Nossa. Quantas vezes não fiz uma pergunta infeliz.......Sim, porque pros homens algumas perguntas são infelizes.... Deveria ter ficado calada. Definitivamente eles não são como nós. Detestam DR's (Discutir a relação), não gostam de melosidade, e sua franqueza é estonteante. O meu marido me fala que se for pra dizer o que eu quero ouvir ele não diz. E nós mulheres não entendemos isso. Como é difícil. Obrigada pelo seu blog. Agora percebo que isso acontece com todo mundo. E há 2 situações: ou vc fica sozinha ou fica com o bofe. Nesta segunda opção pode viver calada ou brigando o resto da vida.... beijos Cris

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  2. é triste mas é vdd, tem pessoas que não são adequadas para nossos desabafos,,,ja me aconteceu varias, mas to aprendendo. ammeeeei o blog, da uma passadinha la no meu pra ver se vc curte.

    http://serfelizsempreee.blogspot.com/
    beijos

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