Este blog não é pra você que é super, hiper, mega, ultra feliz com o seu casamento. Não prossiga se você há tudo isso: um trabalho realizador, um marido perfeito, filhos lindos e educados, casa quitada, carro zero na garagem, empregada doméstica, babá e cachorrinho com pedigree.
sexta-feira, setembro 17, 2010
Mulher macho, sim senhor!
A grande questão do momento não é “por que não encontro o amor da minha?” ou “por que ele não me ama?”. O que tem estufado os bolsos dos analistas é “por que não ponho um ponto final nessa história?”. Por que? Por que?
Eu fui a última das minhas amigas a se casar. Na verdade, praticamente me obrigaram. Não que eu faça parte de uma família arcaica e nem estava grávida. Digamos que precisava regularizar uma situação. Outro dia entro em detalhes E com isso vivi todas as crises matrimoniais das minhas queridas amigas. Traição, violência, dinheiro (a falta dele). Cansei de ver elas se debulharem em lágrimas na minha frente. E quando pensava que tinham chegado ao fundo do poço, elas cavavam mais ainda só pra ver o que tinha embaixo. Eu, na minha santa ignorância, aconselhava: separa, vai viver sua vida. Crente que elas estavam decididas, me despedia pensando que uma solteira ressuscitava.
Dias depois, e aí como foi? Ah, tá tudo bem. Como tá tudo bem? Como era frustrante, ninguém seguia meu conselho! Qual mistério existia entre aquelas paredes que fazia apagar toda a mágoa, secar as lágrimas e desfazer as malas? Bem, quando você casar, vai saber. E cá estou eu, escrevendo esse blog.
Será que nós, mulheres, não somos “macho” o bastante?
Isso me faz lembrar de B. A esteticista que fazia minha depilação. Era sócia do marido no salão. Mas ele a tratava como uma serva. Humilhava a bixinha na frente de todos os clientes. E ela, toda sorridente me arrancando os pelos. Eu pensava comigo, essa aí suporta tudo. Até que um dia, quando volto pro ritual completo: barba, cabelo e bigode. B. não trabalha mais aqui. Então, tchau e bença. Entre a curiosidade e a necessidade, fui encontrá-la num esquálido salãozinho de um bairro pouco seguro. Desta vez, a depilação se fez com lágrimas. Não minhas. "Saí de casa e em uma semana ele tirou meu nome do salão, pediu a guarda da minha filha e colocou uma sirigaita no meu lugar. Perdi tudo, queria voltar, mas ele não aceita."
Foi a última vez que a vi. Logo mudei de cidade. Adivinha por quem?
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É triste ser sombra de alguem realmente, viver em função de alguem não da!!!
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