sábado, setembro 25, 2010

Trilha sonora da vida a dois


Se você abrir um manual do tipo “como salvar seu casamento”, o primeiro verbo indicado é “ouvir”. Deve ser conjugado diariamente. Concordo em gênero, número e grau. Mas quem são as pessoas verbais? Não sou eu, tu ou ele. São elas: nossas amigas, nossa mãe e até nossa cachorrinha. Os ouvidos delas estão sempre prontos.  Escutam nosso desabafo, encontram os impropérios mais precisos e o que é melhor, nos dão sempre razão. Quantos matrimônios não se mantêm em pé graças a uma orelha de pinico.


Meu marido detesta que eu conte nossos problemas para alguém. O que acha que escrevo? Um blog de poesias? Ele não se abre com ninguém. Minha inquietação era saber como fazia para desanuviar a tensão depois de uma briga. O curioso é que podemos ter o mais tenebroso arranca-rabo durante a noite e ele acorda leve como uma pluma. A solução estava embaixo do meu nariz, ou melhor, do lado dos meus ouvidos. A catarse acontece durante o sono. O estresse é dissipado com a estreita passagem do ar pela faringe. Ou seja, ele ronca. E isso me exaspera. Não é só pelo barulho contínuo. É injusto que depois de um desentendimento, eufemisticamente falando, ele ressone e eu encharque o travesseiro.


Da série de piadas “Acredite se quiser”: antes da nossa primeira noite, eu perguntei, e ele foi sincero. Ronco um pouquinho, mas se te incomodar posso fazer uma cirurgia. Hahahahahaah! Faz-me rir esses votos pré-nupciais.


Antes de fechar o quesito sonoro, ainda tenho outro desconforto. Será que meus ouvidos são sensíveis demais? Tenho ataques de nervos cada vez que ouço um pum estrondoso do meu marido. O que ele responde? Calma, amor, é só ar. Não tem cheiro.

3 comentários:

  1. putz!

    meu marido roncava, e mto!
    Fez cirurgia e não ronca mais!
    OTEMO...

    mas ele tb peida...

    será q tem cirurgia pra isso!?!

    kkk bjos

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